Consequências

14-04-2010 14:07

Quando se observam os acontecimentos de cada dia, de cada semana, no imediato; pode parecer útil ir diminuíndo tanto quanto possível o impacto das consequências que o adicto pode sofrer como resultado da sua dependência. Pode parecer importante ir facilitando certas coisas enquanto se impedem outras, como que a balizar a experiência caótica do adicto dando-lhe alguma margem.

A mulher de um adicto ao trabalho inventará desculpas na família quando o adicto falta a eventos importantes como o aniversário dos filhos.

A mãe do jovem dependente químico mentirá ao chefe para que o jovem não perca o emprego recém-conquistado

O irmão do adicto ao jogo paga-lhe uma dívida para evitar falatório ou que alguém bata no seu irmão...

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Há muitas vezes a tentação de almofadar a dependência, e ir "acompanhando" e "amparando", "intercedendo"...

Todas estas atitudes têm dois efeitos indesejáveis e graves:

- Não permitem ao adicto um confronto total com a amplitude das suas escolhas

- Promovem a manipulação mútua da qual o adicto não sai mais dignificado.

Assim, é muito importante pensar que, quanto mais rápido o adicto esbarrar na parede, melhor. Quando mais tempo ele for amparado... pior.

Pensar em todas as implicações deste tipo de atitude é urgente. Basta para isso afastar o zoom e responder a esta pergunta:

"O que é que vai sentir se daqui a 45 anos o adicto continuar a precisar de si para os seus estratagemas de auto-destruição?"

...

Melhor acabar com isso, não?