O que é e o que não é dependência
Estão demasiado associadas as dependências ou adicções com a fatia das dependências químicas - Alcool e droga.
Muitas pessoas que usam drogas e alcool não são adictas e muitas pessoas que não as usam, são.
A fronteira entre o que é dependência ou não, ao adicto activo não vale a pena perguntar, porque precisamente, essa foi a fronteira que este perdeu.
À comunidade em geral, também é escusado, porque o senso comum é absurdo no que toca a dependências confundindo quase tudo.
Terapeutas especializados e livros actualizados são dois recursos fidedignos, bem como literatura e reuniões de 12 passos.
Em quase todas as tradições de 12 passos existem questionários que podem ser preenchidos a fim de cada um saber se se enquadra na definição de adicto. Existem também as "reuniões abertas" às quais qualquer pessoa pode ir.
Existem também linhas de apoio telefónico específicas.
E estas são as portas às quais bater.
O dependente é-o por dentro, e embora seleccione a sua adicção por circunstâncias diversas, pode ir alterando essa escolha, saltando de adicção em adicção, porque o problema não está no objecto e sim no sujeito.
Consideramos que existe adicção quando toda a vida do paciente começa a girar em torno de uma compulsão, com consequências claras na sua saúde física, psíquica e social.
Por norma o adicto começa por negar. A fronteira é ténue e fica mais confusa uma vez ultrapassada.
A família e amigos também pode ser irracional, ou pouco esclarecida, não compreendendo a diferença entre problemas de comportamento e doença, além do problema dos suplos diagnósticos, quando na realidade existem diversas situações em simultâneo, como distúrbio bi-polar confundido com dependência química, depressão, ansiedade e outros factores, num grande nó que só técnicos de saúde especializados, actuais e independentes de crenças religiosas podem realmente ajudar a discernir.
Quando alguém numa casa, insiste compulsivamente, numa atitude que cria desarmonia por ser exagerada e comprometer o equilíbrio da sua vida e da vida da sua casa (ver artigo com a lista de adicções) há que fazer imediatamente o esforço de compreender que essa compulsão responde a uma necessidade e que é o sintoma mais visível de uma doença de família. Por isso, a primeira coisa a fazer é, como família, pedir ajuda e entrar em recuperação porque outras formas de adicção vão estar presentes, ou pelo menos atitudes perante a vida de grande obstinação e falta de saúde.
A ideia que existem famílias com a infelicidade de ter um adicto a drogas ou alcool em casa é um mito.
Existem famílias doentes, com dinâmicas destrutivas, que podem manifestar um sem número de comportamentos aditivos. Um desses comportamentos pode, eventualmente ser uma adicção química, mas essa não é nem a mais comum, nem a mais danosa. E certamente não é um ponto doente de uma constelação familiar saudável. Isso, simplesmente não existe.