Panaceias para "quase" todos os males
Se entendessemos a adicção como um mal do corpo, poderíamos conceber medicamentos, feitos de química, para a curar.
No entanto a adicção é uma doença de vida e de família e não existem medicamentos feitos de vida e amor incondicional.
Infelizmente os campos de ajuda ao adicto e sua família estão mais separados do que deviam, existe pouco cruzamento de informação e os médicos fazem o que fazem para tudo: Medicam.
Ora os medicamentos são uma das drogas de eleição para muitos, já que são legais e no entanto promovem sensações muito parecidas com as drogas ilegais, tanto em efeito como em causadores de dependência.
Muitos adictos teoricamente em recuperação, apenas transitaram da adição química que tinham, para outra, desta vez passada pelo médico.
Enquanto isso sucede, por dentro está tudo igual, o buraco negro permanece, a ferida social permanece, e a dor profunda de todo o trauma de uma vida de adição vai sendo mascarada com medicamentos estupfacientes que só aumentam o fosso entre o adicto e ele mesmo.
Quase todos os medicamentos passados pelos médicos são também vendidos pelo mercado negro entre adictos e traficantes.
A própria metadona, por si só, sem um trabalho de verdadeira recuperação, mais não é do que o mesmo engano de fundo, que permite patamares de doença, mas não vão ao cerne físico nem psíquico das adicções a não ser perpetuar o desgaste e os mecanismos da adicção.
Este site não se destina a dar aconselhamento clínico aos que estão a ser medicados nem nos responsabilizamos pelas escolhas de ninguém a esse nível, no entanto alerta-se aqui que medicação sem um processo de recuperação assente nos 12 passos, não cria viabilidade para uma recuperação verdadeira. E a recaída seguinte irá demonstrá-lo, quando a medicação em si não é já essa recaída.